Sumário para doentes
A doença cardiovascular compreende diversos tipos de patologias:
- ♣ Arterioesclerose (paredes arteriais engrossadas por acumulação de gordura ou placa), patologia cardíaca congénita, doença coronária (bloqueio na circulação sanguínea do músculo cardíaco), doença arterial periférica, enfartes e tromboses (coágulos de sangue nos vasos sanguíneos).
A placa ateromatosa pode dificultar e mesmo bloquear a circulação sanguínea no vaso sanguíneo, impedindo a irrigação dos tecidos a montante. Tal situação é factor de doença cardíaca, doença arterial periférica e tromboses. Os enfartes são normalmente causados por uma artéria obstruída (devido a obstrução pela placa ou coágulos) por rutura dum vaso sanguíneo no cérebro.
Fatores de risco
Os factores de risco mais relevantes para a doença cardiovascular são:
- ♣ Dieta – uma alimentação pouco saudável, que inclua demasiados açúcares e alguns tipos de gorduras, favorecem a obstrução das artérias.
- ♣ Tabaco – fumar aumenta a pressão arterial, favorece a doença vascular e aumenta o risco de aparecimento de coágulos. Ambas estas situações contribuem seriamente para a doença cardiovascular.
- ♣ Álcool – a ingestão de bebidas alcoólicas em demasia pode aumentar a pressão sanguínea e a quantidade de gordura no sangue.
- ♣ Genética – o gene thrifty (alipoprotein E epsilon 4) favorece o aumento os níveis de colesterol. As pessoas que possuem este gene encontram-se em maior risco de doença cardíaca e alzheimer.
Outros factores de risco incluem:
- ♣ Diabetes – as pessoas com diabetes têm duas a quatro vezes mais tendência a ter doença cardiovascular.
- ♣ Insuficiência renal crónica – esta situação reduz as concentrações da forma activa de vitamina D, aumentando assim o risco de DCV.
- ♣ Baixas temperaturas – o tempo frio tende a aumentar a pressão arterial, o que contribui para a DCV.
Exposição solar e risco de DCV
De acordo com vários estudos, existem variações sazonais na incidência de DCV e mortalidade:
- ♣ A DCV é mais comum no inverno, quando existe menos luz solar, especialmente nas áreas mais distantes do equador, onde consequentemente, a produção de vitamina D está nos níveis mais baixos durante o inverno.
- ♣ A DCV ocorre com menos frequência durante o verão, quando há mais luz solar e mais produção de vitamina D.
- ♣ Em alguns estudos, viver em alta altitude é associado a um risco reduzido de DCV. A dose de exposição a raios UV aumenta 15-20% por cada quilómetro em altura, pelo que a produção de vitamina D é mais elevada a altas altitudes.
Vitamina D e DCV
Foi possível observar em vários estudos que níveis baixos de vitamina D no sangue estão associados a maior risco de DCV. Existe uma evidência crescente de que a vitamina D reduz o risco de doenças cardiovasculares, doença vascular periférica e enfartes.
Níveis de vitamina D
Foram realizados à volta de 10 estudos observacionais que investigaram o risco de incidência ou morte por DCV e os níveis de vitamina D no sangue antes do diagnóstico. O risco reduz abruptamente quando os níveis de vitamina D aumentam, considerando níveis baixos e se comparam com níveis altos. O risco de DCV cai cerca de 40% quando se compara níveis de vitamina D acima dos 40 ng/ml (100 nmol/l) quando comparados com 20 ng/ml (50 nmol/l).
Como é que Vitamina D funciona neste caso?
A vitamina D ajuda a prevenir o risco de DCV através de vários mecanismos.
A vitamina D regula o metabolismo do cálcio – ao promover a sua fixação nos ossos e dentes, ao invés dos tecidos moles, intervém positivamente no bom funcionamento do sistema cardiovascular.
A vitamina D também demonstrou ainda que:
- ♣ Reduz a inflamação
- ♣ Aumenta a força muscular e ajuda a manter a função muscular, o que reduz o risco de falha no músculo cardíaco.
Prevenção
A evidência de que a vitamina D reduz o risco de DCV advém sobretudo de estudos observacionais que verificaram uma relação entre níveis elevados de vitamina D e risco reduzido de desenvolver ou morrer por DCV.
No entanto, não existem até há data estudos randomizados que provem que níveis elevados de Vitamina D resultem em menor incidência de DCV.
Tratamento
Não existem estudos sobre o uso de vitamina D no tratamento da DCV. Aumentar os níveis de vitamina D após o diagnóstico pode ajudar a reduzir o risco de mortalidade ou um segundo episódio de DCV.