Sumário para doentes e público em geral
O cancro do colo do útero inicia-se na superfície do colo. Esta é a parte inferior do útero, localizada na zona superior da vagina.
Este cancro afecta cerca de 800 mulheres anualmente em Portugal e mata cerca de 250. Nos EUA atinge cerca de 12 700 mulheres por ano e é responsável por 4 300 mortes.
Fatores de risco
O cancro do colo do útero tem sempre na sua origem a infeção persistente pelo vírus do papiloma humano de alto risco (HPVAR). A infeção por este vírus desaparece espontaneamente na maior parte das mulheres.
Existem factores pessoais que jogam um papel fundamental no controlo da infeção e desenvolvimento do cancro:
- Tabagismo. O consumo de tabaco enfraquece as junções superficiais das células e permite a invasão do HPV. O tabagismo também diminui os níveis de vitamina D no sangue. Mulheres que consomem fruta, vegetais e fibras, possuem um risco menor de desenvolvimento deste tipo de cancro.
- Outras infecções associadas viruais ou bacterianas favorecem a acção do HPVAR.
Exposição solar e risco de cancro do colo
Diversos estudos comprovam uma ligação entre a falta de luz solar e o cancro do colo do útero.
Um estudo realizado nos EUA e dois realizados na China alcançaram as mesmas conclusões: tanto o risco de desenvolvimento de cancro do colo do útero como a sua taxa de mortalidade reduziram com a exposição a radiação UVB.
Na Alemanha, taxas reduzidas de cancro do colo do útero e superiores de cancro da pele foram encontradas nas regiões vinícolas mais altas, por oposição a mais baixas.
Vitamina D e cancro do colo
No Japão, investigadores verificaram que taxas mais baixas de invasão de cancro do colo do útero estão associadas a maiores tomas de vitamina D, em pacientes não-fumadores. Contudo, este facto não se revelou verdadeiro para fumadores. O tabagismo reduz a quantidade de vitamina D no sangue.
Como é que Vitamina D funciona neste caso?
Comprovou-se qua a vitamina D interfere no crescimento de tumores cancerígenos na mama. A sua forma activa, calcitriol, fornece diversos benefícios contra o cancro. Esta forma de vitamina D permite melhor controlo do ciclo celular e promovem a apoptose das células anormais. Este princípio interfere na angiogénese e consequentemente no fluxo sanguíneo e crescimento do tumor. Simultaneamente, o calcitriol ajuda a manter a integridade da superfície dos orgãos, o que reduz a possibilidade de cancerização.
Prevenção
Os estudos já mencionados comprovam que a vitamina D pode reduzir o risco de desenvolvimento de cancro do colo do útero. Os efeitos são melhores para não-fumadores. Relativamente a fumadores, estes, provavelmente, deveriam tomar maiores quantidades de vitamina D de forma a beneficiar dos mesmos resultados.
Estudos de outros tipos de cancro mostram que níveis de vitamina D entre os 40 e os 60 ng/mL (100-150 nmol/L) poderão proporcionar uma protecção razoável.
Tratamento
Poderão existir efeitos positivos da vitamina D no tratamento do cancro do colo do útero, porém, é necessária mais investigação nesse sentido. Estudos de outros tipos de cancro indicam que mulheres com cancro podem ter mais hipóteses de obter um melhor prognóstico com a utilização de vitamina D.