Sumário para doentes e público em geral
Cerca de 44 000 pessoas nos EUA são diagnosticados com cancro do pâncreas todos os anos. Este é um dos cancros mais mortais, causando cerca de 37 000 mortes por ano.
A doença nas fases iniciais é assintomática, pelo que é usualmente diagnosticada num estado avançado, onde o tratamento já não é eficaz.
Fatores de risco
Os factores de risco mais importantes são:
- Dieta rica em carbohidratos e carne – estes alimentos são rapidamente transformados em açúcar, contribuindo para o síndrome metabólico. Isto é caracterizado por gordura extra no abdominal e aumento de resistência à insulina. Este factor aumenta o risco de diversas doenças.
- Obesidade.
- Tabagismo.
Uma dieta rica em vegetais poderá reduzir o risco deste cancro.
Exposição solar e risco cancro do pâncreas
Muitos estudos comprovaram que podemos associar a radiação ultravioleta-B com o cancro do pâncreas:
Existe uma menor taxa de incidência e de morte em pacientes expostos significativamente à luz solar (particularmente UVB). Estes estudos focaram-se nos efeitos da radiação UVB ao longo da vida. Resultados semelhantes foram encontrados nos EUA e no Japão.
Habitantes de zonas solarengas e quentes possuem, usualmente, níveis adequados de vitamina D, possuindo um maior risco de cancro de pele não-melanoma, mas menor risco de cancro do pâncreas.
Vitamina D e cancro do pâncreas
Dois estudos de Harvard comprovaram uma ligação entre a vitamina D e o cancro do pâncreas:
- Um comparou pacientes com uma toma diária de vitamina de 150 unidades internacionais (3,8 mcg) com outros pacientes que fizeram 600 IU/dia. O risco de cancro reduziu em 40% em pacientes com níveis mais elevados de vitamina D.
- Outro estudo encontrou uma redução de 35% com a toma de vitamina D
Houve um ensaio clínico não encontrou benefícios com a toma de vitamina D, contudo, longos intervalos entre medições no sangue poderão justificar esta ocorrência.
Como é que Vitamina D funciona neste caso?
A vitamina D interfere no crescimento de tumores cancerígenos. A forma activa de vitamina D – calcitriol – interfere com a expressão de muitos génes e fornece inúmeros benefícios contra o cancro. Esta forma de vitamina D melhora o controlo do ciclo celular e aumenta a morte celular (apoptose). Esta forma de vitamina D também limita o fornecimento de fluxo sanguíneo ao tumor e reduz a proliferação do cancro.
Prevenção
Níveis elevados de vitamina D estão associados a uma redução do risco de cancro do pâncreas em ensaios clínicos e estudos demográficos.
Estudos de cancro da mama, cólon e reto comprovam que níveis de vitamina D entre os 40 e os 60 ng/mL (100-150 nmol/L) podem reduzir o risco de cancro. Estes dados podem também ser verdadeiros para reduzir o risco do cancro do pâncreas entre 15% e 25%. Níveis elevados de vitamina D também aumentam as taxas de sobrevivência após o diagnóstico. Estas evidências poderão estender-se ao cancro do pâncreas.
A toma 1000–4000 unidades internacionais (IU) (25–100 mcg) diárias, é geralmente requerido para alcançar níveis de vitamina D entre 40 e 60 ng/mL (100-150 nmol/L)
Vitamina D e cálcio
Diversos estudos demonstraram que a toma conjunta de vitamina D e cálcio garante uma protecção adicional contra diversos tipos de cancro. É recomendada a toma de uma dose superior a 1000 mg por dia de cálcio na dieta ou suplementos.
Num estudo, pacientes tomaram diariamente doses de 1100 IU (27,5 mcg) de vitamina D e 1450 mg de cálcio. Esses pacientes reduziram em 77% a taxa de incidência de todos os tipos de cancro entre o primeiro e o quarto ano do estudo.
Tratamento
Pacientes com níveis elevados de vitamina D na altura do diagnóstico têm taxas de sobrevivência superiores. Isto é verdadeiro para vários tipos de cancro. Estes estudos sugerem que o aumento dos níveis de vitamina D depois do diagnóstico podem melhorar as possibilidades de sobrevivência.
Alguns centros de tratamentos de cancro fornecem cerca de 5 000 IU (125 mcg) por dia de vitamina D a pacientes. Os resultados desta medida ainda não foram publicados.