As pessoas com Doença de Crohn têm frequentemente baixos níveis de vitamina D. Estes baixos níveis poderão contribuir em parte para o aparecimento da doença. No entanto, e em sentido inverso, a Doença de Crohn pode reduzir a absorção de vitamina D dos alimentos.
Existem dois tipos de doença intestinalinflamatória :
– Doença de Crohn (DC)
– Colite Ulcerosa
A Doença de Crohn é uma doença autoimune do tracto intestinal. Provoca inflamação do revestimento intestinal (membranas mucosas) e o endurecimento das paredes do intestino. Os sintomas incluem dor abdominal, diarreia, febre e perda de peso.
A Colite Ulcerosa é uma inflamação crónica do colon que produz ulceras no seu revestimento. Esta condição é acompanhada de dores abdominais e cólicas fortes. As fezes podem mostrar pus, sangue e muco.
Factores de risco
Os factores de risco para a Doença inflamatória intestinal incluem alguns componentes clássicos da dieta ocidental:
– Proteínas animais provenientes de peixe e carne
– Gordura animal
– Produtos lácteos
– Açucares
Estes alimentos interagem e alteram a microflora presente no intestino. Há evidência crescente de que o tipo de microflora é relevante para o risco de Doença inflamatória intestinal.
Exposição solar e risco de Doença Inflamatória intestinal (DII)
Estudos internacionais sugerem uma forte a relação entre a exposição solar e o risco de DII:
– Vários estudos europeus demonstraram que a incidência de DII é maior em áreas de maior latitude, isto é, com menor exposição solar. Este efeito é mais relevante para a Doença de Crohn do que para a Colite Ulcerosa.
– Nos EUA, a incidência de DC e UC é mais elevada no nordeste, onde as doses de radiação UVB são menores, mesmo no verão. também aqui, a relação entre a menor radiação solar UVBe a incidência de DII é mais forte a Doença de Crohn do que na Colite Ulcerosa.
– Um estudo na Índia encontrou baixos níveis de vitamina D nos pacientes com Doença de Crohn, mas não foi possível garantir se estas alteração seria causa ou consequência da DII.
Estes estudos sugerem que a vitamina D pode reduzir o risco de Doença de Crohn. A evidência não é tão forte no que respeita à Colite ulcersoa.
Vitamina D e DII
Níveis de Vitamina D
As pessoas com Doença de Crohn têm frequentemente baixos níveis de vitamina D. Estes baixos níveis poderão contribuir em parte para o aparecimento da doença. No entanto, e em sentido inverso, a Doença de Crohn pode reduzir a absorção de vitamina D dos alimentos.
Como é que a Vitamina D funciona neste caso?
A vitamina D pode reduzir o risco de DC por:
– Reduzir a inflamação
– Manter uma barreira mucosa forte (revestimento dos instestinos)
Prevenção de DII
Estudos em várias zonas do mundo (especialmente Europa e EUA) chegaram a conclusões semelhantes: Níveis elevados de vitamina D podem reduzir o risco de Doença de Crohn e, possivelmente, de Colite Ulcerosa. Com base em resultados para outras doenças, pensa-se que níveis acima dos 40 ng/mL (100 nmol/L) podem providenciar uma boa protecção.
Tratamento de DII
Num estudo em particular, pessoas que tomaram 1200 UI (30 mcg)/dia de vitamina D3 (cholecalciferol) tiveram metade das recaídas de Doença de Crohn do que os que tomaram placebo.
Prevenção de complicações
As pessoas com doença de Crohn e baixos níveis de vitamina D apresentam um risco acrescido de desenvolver osteoporose. Estas pessoas devem considerar a toma de vitamina D e cálcio.
A DII é frequentemente tratada com medicamentos cuja substância activa é denominada de theopurines. Esta droga aumenta um pouco o risco de cancro da pele. As pessoas que estejam a fazer este tratamento e que queiram aumentar os seus níveis de vitamina D devem considerar o uso de suplementos ao invés de exposição solar. Se a escolha for a ultima hipótese, exponha o máximo de pele possível, por um curto período de tempo. O sol do meio dia é o mais eficaz.