Um estudo clínico recente, publicado no Pain Physician Journal, indicou que a Vitamina D melhora a intensidade da dor e mobilidade em pacientes com Dor Lombar Crónica (DLC).
A dor lombar é uma das principais causas de incapacidade física em todo o mundo. Quase metade da população apresenta sintomas de dor lombar, cujos tratamentos, para situações crónicas, tendem a ser bastante conservadores dado os possíveis efeitos secundários de alguns medicamentos. Como sabemos, a Vitamina D é pouco dispendiosa (até gratuita se soubermos aproveitar o sol!) e muito segura, pelo que os investigadores têm dado alguma atenção ao papel que esta pode desempenhar na prevenção e tratamento da DLC.
Já vários estudos demonstraram a ligação entre os níveis de Vitamina D e dor musculoesquelética crónica, apesar dos mecanismos desta relação permanecerem pouco claros. Neste caso, os investigadores realizaram um ensaio clínico com o objectivo de determinar a eficácia da Vitamina D como tratamento para a DLC. Foram incluídos 68 pacientes com esta patologia, com níveis deficientes de Vitamina D (menos de 30 ng/ml). Todos os pacientes tomaram 60.000 UI de Vitamina D3 por via oral por semana, durante 8 semanas.
A eficácia da Vitamina D foi medida utilizando o Visual Analog Scale (VAS) e o Modified Oswestry Disability Questionnaire (MODQ), que medem a intensidade da dor e a incapacidade funcional, respectivamente. Estas medições foram efetuadas na baseline e aos 2, 3 e 6 meses de pós-suplementação.
Em resumo, as principais conclusões foram:
- Os níveis médios de Vitamina D subiram de 12.8 ng/ml para 36.07 ng/ml após 8 semanas de suplementação (p < 0.01).
- Os scores de dor reduziram significativamente e progressivamente aos 2, 3 e 6 meses (p < 0.001).
- A capacidade funcional melhorou aos 2, 3 e 6 meses comparada com a baseline (p <001).
- Alívio efetivo da dor foi atingido em 53% e 63,2% dos pacientes aos 3 e 6 meses, respectivamente.
Os investigadores concluíram que o estudo “demonstra que a suplementação com Vitamina D pode melhorar a dor e a incapacidade em pacientes com DLC” mas alertaram igualmente para suas as limitações, como a falta de um grupo de controle e a amostra reduzida. Como habitualmente, a ideia final é de que são necessárias meta-análises com amostras superiores para se poderem comprovar estes dados promissores.
Fontes